quarta-feira, 28 de julho de 2010

Em reformas

Tento escrever algo mais concreto além dos reflexos de frases.
Não consigo aceitar a realidade. hoje não é um bom dia para palavras.
Minha mente resolveu calar-se diante de tanta confusão...
ela aceitou as circunstâncias, mas meu coração não.
Ele é
teimoso assim como o seu.
Tenta falar mais alto que qualquer razão lógica
e ridiculamente óbvia.
Tivemos uma espécie de conversa hoje.
Ele estava aflito, mas esperançoso que tudo ia dar certo
num final bem próximo... coitado, tenta mentir pra ele mesmo que ainda tem jeito.
Ele disse que eu era estranha demais, que tinha espinhas,
que eu não sabia tirar fotos iguais ás outras e que ele estava
precisando de uma reforma.
Eu disse ao meu coração que eu gostava de ser diferente
e que não tenho espinhas... tenho orifícios de decoração
em forma de erupções cutâneas.

Também retruquei dizendo que minhas fotos não precisam
ser iguais as das outras pessoas.
Com relação à reforma, ele está coberto de razão.
Estou precisando pintá-lo com outra cor, tirar grandes
entulhos e mofos de lá.
O problema é que nós dois acostumamos nos com
todas essas tralhas.
Eu quero muito tirá-las de lá, mas até já dei nome àquele
velho sofá,
ao quadro que está decompondo-se.
Há muitas pessoas lá, e que resolveram hospedar-se nele.
Algumas tornaram-se moradoras permanentes...
outras, querem ficar lá e só trazer dor.
O ridículo disso tudo é que mesmo assim,
continuo insistindo para que fiquem! Meu
coração resolveu doar-se de bandeja, sustentar
essas criaturas importunadas dentro de mim!
Na verdade, é só uma pessoa, mas como diria
meu sábio priminho: um elefante já incomoda
muita gente.
Enquanto isso chamo o caminhão de mudanças e
torço para que a criatura vá embora caminhando,
num passe de mágica. Enquanto isso não acontece,
fico aqui acreditando que colocar uma plaquinha de
"em reformas" já é um bom começo.

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